ÉTICA DE AGOSTINHO DE HIPONA
Agostinho
de Hipona (354-430) considera a felicidade (beatitudo)
como um desejo humano universal. E introduz no debate ético a noção de
livre-arbítrio. Ele contrapõe assim o intelectualismo moral da Sócrates. A
vontade ganha um papel específico na compreensão da ação moral.
A
liberdade humana é própria da vontade e nela reside a fonte do pecado. A pessoa
peca usando sua liberdade para satisfazer sua má vontade. Agostinho divide os
bens que desejamos em inferiores e superiores. Estabelece uma hierarquia cujo
bem maior é Deus. Como há muitos bens a vontade pode tentar a escolher bens
inferiores.
O
homem não é autônomo na sua vida moral, o que conduz seus atos é a vontade,
mesmo sabendo que ele pode querer o mal. A razão e a vontade são faculdades de
um mesmo espírito, porém, são independentes. A razão tem a faculdade de
conhecer os bens, mas o que escolhe é a vontade.
Neste
ponto, entra a noção de graça divina. É o auxílio que o homem recebe para se
perseverar na prática do bem. Já que sua vontade se enfraqueceu com o pecado
original.
Agostinho
elabora sua teoria moral procurando explicar a origem do mal que está
justamente no uso da liberdade. Quando o homem se fecha no amor a si,
convertendo-se para a criatura e se afastando de Deus, abusa de sua liberdade
realizando escolhas indevidas.
QUESTÕES
1. O
que diferencia a ética cristã da ética grega?
2. Para
Agostinho, a virtude é o bom uso da liberdade de escolha. Com base nessa
afirmação, explique a ética agostiniana.
3. Que
papel tem a vontade humana no pensamento de Agostinho?
4. De
que maneira o conceito de graça divina, defendido por Agostinho, rompe com a
ética pagã?
5. Compare
as duas posições a seguir e redija a sua posição: I – Agostinho pensava que o
homem possui uma inclinação natural para o mal; II – Rousseau defendia que o
homem é naturalmente bom e puro, é a sociedade que o corrompe.
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