FELICIDADE:
UMA PREOCUPAÇÃO DOS FILÓSOFOS
A
consciência da mortalidade
A vida é repleta de incertezas, de
condições que amedrontam o ser humano.
Muita gente nunca parou para se perguntar metodicamente a respeito do
sentido do sofrimento e da morte, mas todos já se sentiram angustiados diante
da possibilidade de uma doença longa, dolorosa e terminal.
Além dos males físicos, as pessoas
temem a perda da motivação de viver.
Diante das preocupações que mais atormentam as pessoas, podemos buscar
na antiguidade a perspectiva de filósofos que se ocuparam do problema da
felicidade.
Epicuro identificou os quatros maiores
medos do homem e seus antídotos. A lista ficou conhecida como tetrafármaco
(quatro remédios). Os quatros remédios de Epicuro são: 1º
- Não há razão para temer os deuses; 2º - Não há porque se preocupar com a
morte; 3º - O bem é coisa fácil de conseguir e 4º - O sofrimento é fácil de
suportar (PESCE, 1981).
Os gregos antigos acreditavam numa
infinidade de deuses e viviam atormentados pelo medo de desagradar os deuses ou
serem punidos por eles. Epicuro
aconselha que não deve se temer os deus porque eles não intervêm no mundo. Era
pensamento comum que os deuses tinham uma constituição psicológica semelhante
ao ser humano.
Epicuro
afirmava: “Acostuma-te à ideia de que a
morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações,
e a morte é justamente a privação das sensações.” Se o temor de sofrer está
nas nossas sensações e emoções, a morte pelo menos é o fim desta possibilidade de
sofrer. E, além disso, nós nunca seremos simultâneos à morte. Não há que temer
aquele evento que quando acontece anula qualquer sofrimento.
O prazer é
identificado na filosofia de Epicuro como o fim da vida feliz. Portanto, a busca do bem passa por se livrar
das perturbações e dos males. O prazer
deve ser escolhido entre aqueles naturais e necessários. A fama, o sucesso e o
enriquecimento são tidos como bens não-necessários.
Não há que
temer o sofrimento por que o ele é leve, passageiro, portanto, suportável; ou é
intenso, insuportável, levando à morte. De qualquer não há sofrimento perene.
Ele é suportável. Na “Carta sobre a Felicidade”, Epicuro conclui que quem
enfrenta estes medos, vive como um imortal.
A filosofia de Epicuro sobre a Felicidade
As principais ideias da “Carta sobre a Felicidade” são:
1º - A filosofia é identificada com a busca da
felicidade.
2º - As pessoas têm uma imagem falsa dos deuses,
atribuem a eles ações incompatíveis com suas condições de felicidade e
imortalidade.
3º - Não há razões para temer a morte porque ela é
aniquilação de toda sensação. A consciência clara de que a morte não é uma
ameaça proporciona a fruição da vida efêmera sem o desejo de imortalidade.
4º - O futuro é incerto e não devemos desesperar
por causa de sua vinda, pois não sabemos com certeza de seus acontecimentos.
5º - Existem desejos necessários e desejos inúteis.
Vida, saúde e felicidade são necessários e naturais.
6º - Praticamos nossas ações para nos afastarmos da
dor e do medo.
7º - O prazer é o bem primeiro e inerente ao ser
humano. O critério de nossas escolhas é a distinção entre prazer e dor.
8º - Selecionamos os prazeres segundo seus efeitos
se são agradáveis ou desagradáveis.
9º - A auto-suficiência nos ajuda a contentar com
pouco quando não podemos ter o muito.
10º - Por prazer Epicuro entende a ausência de
sofrimentos físicos e de perturbações da alma.
11º - Não existe vida feliz sem prudência, beleza e
justiça.
12º - A sorte não distribui para alguns benefícios
e para outros malefícios, dela por vir grandes bens e grandes males.
QUESTÕES:
1. O que é felicidade? É possível alcançá-la?
2. Cite qual foi sua maior conquista até hoje?
3. Você já sofreu alguma derrota? Decepção?
4. Há diferente entre ESTAR FELIZ e SER FELIZ?
5. Em síntese, quais os conselhos de Epicuro para uma vida feliz?
SUGESTÃO DE LEITURA: “Carta sobre a Felicidade”, de Epicuro.
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