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quinta-feira, 13 de março de 2014

Ética na História I

ÉTICA NA ANTIGUIDADE GREGA

A reflexão ética do mundo ocidental se iniciou na Grécia antiga, no século V a.C., quando as interpretações mitológicas do mundo e da realidade foram sendo desacreditadas e substituídas por teorias que privilegiavam as explicações naturais.
Sábios e retóricos gregos do século 5 a.C, que vendiam seus ensinamentos filosóficos, atuando como professores, os sofistas rejeitaram o fundamento religioso da moral, considerando que os princípios morais são resultado das convenções sociais. Nessa mesma época, o famoso filósofo Sócrates se contrapôs à posição dos sofistas, buscando os fundamentos da moral não nas convenções, mas na própria natureza humana.
As ideias do filósofo grego Sócrates (470-399 a.C) nos chegaram através dos textos de um de seus discípulos, o filósofo Platão (427-347 a.C), que, no diálogo chamado "Eutífron", mostra Sócrates questionando as ações do homem ímpio ou santo, em sua conformidade com a ordem constituída, para então perguntar em que consiste a impiedade e a santidade em si, independentemente dos casos concretos.
Para o filósofo que os sucedeu, Aristóteles (384-322 a.C), todas as atividades humanas aspiram a algum bem, dentre os quais o maior é a felicidade. Segundo esse filósofo, entretanto, a felicidade não consiste em prazeres ou riquezas. Aristóteles considerava que o pensar é aquilo que mais caracteriza o homem, concluindo daí que a felicidade consiste numa atividade da alma que esteja de acordo com a razão.

A filosofia do prazer
Já os adeptos do hedonismo (do grego "hedoné": "prazer"), acreditavam que o bem se encontra no prazer. No entanto, convém esclarecer que o principal representante do hedonismo grego, no século 3 a.C., o filósofo Epicuro, considerava que os prazeres do corpo são causa de ansiedade e sofrimento. Segundo ele, para a alma permanecer imperturbável, é preciso desprezar os prazeres materiais privilegiando-se os prazeres espirituais.
Genericamente, pode-se dizer que a nossa civilização contemporânea é hedonista, pois identifica a felicidade com o prazer, obtido principalmente pela aquisição de bens de consumo: ter uma bela casa, carro, boas roupas, boa comida, múltiplas experiências sexuais sem compromisso, etc. E, também, na dificuldade de suportar qualquer desconforto: doenças, problemas nos relacionamentos pessoais, o fato de a morte ser inevitável, etc.

Estoicismo
Na mesma época dos hedonistas, Zenão de Cítio fundava o pensamento estóico, desprezando os prazeres em geral, por considerar que deles decorrem muitos males. Segundo ele, deve-se buscar eliminar as paixões, que só produzem sofrimento. O homem sábio vive de acordo com a natureza e a razão. Desse modo, deve aceitar com resignação a adversidade e o sofrimento. "Suporta e abstém-te", era a sua máxima.
O estoicismo foi uma corrente filosófica que vigorou por cinco séculos, encontrando seu apogeu na Roma imperial. Seu conteúdo seduzia tanto escravos, como Epitecto (50-127 d.C), quanto imperadores, como Marco Aurélio (121-180 d.C). Um de seus maiores expoentes foi Sêneca, que, entre outras coisas, foi o tutor do imperador Nero. O objetivo de sua moral é chegar à ataraxia, a ausência total de perturbação do espírito.
O ideal estóico originou a noção de ascese que consiste no aperfeiçoamento da vida espiritual por meio de práticas de mortificação do corpo, como jejum, abstinência e flagelação. O ideal ascético foi muito bem aceito pelo cristianismo medieval, que via no sofrimento uma forma de aproximação com Cristo.

(Disponível em:  http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/etica-historia.htm.  Acesso em 24.fev.2014).

QUESTÕES
1.     Qual é o fundamento do ato moral para Sócrates?
2.     O que é uma ética racionalista?
3.     Quais as principais características do epicurismo e do estoicismo?
4.     Em que se fundamenta a ética em Platão e Aristóteles?

5.     Sabendo que a felicidade é um dos objetivos da ética, responda: Você se considera feliz? O que é felicidade?

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