ÉTICA NA ANTIGUIDADE GREGA
A reflexão
ética do mundo ocidental se iniciou na Grécia antiga, no século V a.C., quando
as interpretações mitológicas do mundo e da realidade foram sendo
desacreditadas e substituídas por teorias que privilegiavam as explicações
naturais.
Sábios e
retóricos gregos do século 5 a.C, que vendiam seus ensinamentos filosóficos,
atuando como professores, os sofistas rejeitaram o fundamento religioso da
moral, considerando que os princípios morais são resultado das convenções
sociais. Nessa mesma época, o famoso filósofo Sócrates se contrapôs à posição
dos sofistas, buscando os fundamentos da moral não nas convenções, mas na
própria natureza humana.
As ideias
do filósofo grego Sócrates (470-399 a.C) nos chegaram através dos textos de um
de seus discípulos, o filósofo Platão (427-347 a.C), que, no diálogo chamado
"Eutífron", mostra Sócrates questionando as ações do homem ímpio ou
santo, em sua conformidade com a ordem constituída, para então perguntar em que
consiste a impiedade e a santidade em si, independentemente dos casos
concretos.
Para o
filósofo que os sucedeu, Aristóteles (384-322 a.C), todas as atividades humanas
aspiram a algum bem, dentre os quais o maior é a felicidade. Segundo esse
filósofo, entretanto, a felicidade não consiste em prazeres ou riquezas.
Aristóteles considerava que o pensar é aquilo que mais caracteriza o homem,
concluindo daí que a felicidade consiste numa atividade da alma que esteja de
acordo com a razão.
A filosofia do prazer
Já os
adeptos do hedonismo (do grego "hedoné": "prazer"),
acreditavam que o bem se encontra no prazer. No entanto, convém esclarecer que
o principal representante do hedonismo grego, no século 3 a.C., o filósofo
Epicuro, considerava que os prazeres do corpo são causa de ansiedade e
sofrimento. Segundo ele, para a alma permanecer imperturbável, é preciso
desprezar os prazeres materiais privilegiando-se os prazeres espirituais.
Genericamente, pode-se dizer que a nossa
civilização contemporânea é hedonista, pois identifica a felicidade com o
prazer, obtido principalmente pela aquisição de bens de consumo: ter uma bela
casa, carro, boas roupas, boa comida, múltiplas experiências sexuais sem
compromisso, etc. E, também, na dificuldade de suportar qualquer desconforto:
doenças, problemas nos relacionamentos pessoais, o fato de a morte ser
inevitável, etc.
Estoicismo
Na mesma época
dos hedonistas, Zenão de Cítio fundava o pensamento estóico, desprezando os
prazeres em geral, por considerar que deles decorrem muitos males. Segundo ele,
deve-se buscar eliminar as paixões, que só produzem sofrimento. O homem sábio
vive de acordo com a natureza e a razão. Desse modo, deve aceitar com
resignação a adversidade e o sofrimento. "Suporta e abstém-te", era a
sua máxima.
O
estoicismo foi uma corrente filosófica que vigorou por cinco séculos,
encontrando seu apogeu na Roma imperial. Seu conteúdo seduzia tanto escravos,
como Epitecto (50-127 d.C), quanto imperadores, como Marco Aurélio (121-180
d.C). Um de seus maiores expoentes foi Sêneca, que, entre outras coisas, foi o
tutor do imperador Nero. O objetivo de sua moral é chegar à ataraxia, a ausência
total de perturbação do espírito.
O ideal
estóico originou a noção de ascese que consiste no aperfeiçoamento da vida
espiritual por meio de práticas de mortificação do corpo, como jejum,
abstinência e flagelação. O ideal ascético foi muito bem aceito pelo
cristianismo medieval, que via no sofrimento uma forma de aproximação com
Cristo.
(Disponível
em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/etica-historia.htm. Acesso em
24.fev.2014).
QUESTÕES
1. Qual é o fundamento do ato
moral para Sócrates?
2. O que é uma ética racionalista?
3. Quais as principais
características do epicurismo e do estoicismo?
4. Em que se fundamenta a ética em
Platão e Aristóteles?
5. Sabendo que a felicidade é um
dos objetivos da ética, responda: Você se considera feliz? O que é felicidade?
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