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domingo, 30 de junho de 2013

Pré-socráticos


OS PRIMEIROS PROBLEMAS FILOSÓFICOS

O Problema Cosmológico

Os primeiros filósofos viveram por volta do século VI a. C. Eles foram chamados de pré-socráticos, pois viveram antes de Sócrates.  O primeiro problema discutido pelos primeiros pensadores foi uma explicação racional da constituição do universo (Problema cosmológico): Qual é a primeira substância que deu origem a tudo que existe? Houve várias propostas:
1º Grupo: Os milésios
PENSADOR
TESE
TALES DE MILETO
A água é o princípio criador.  Toda a multiplicidade do mundo se explica por um elemento: A água.
ANAXIMANDRO DE MILETO
O infinito é o princípio presente em todas as coisas. É um elemento que está além do que é visível.
ANAXIMENES DE MILETO
O ar. O universo inteiro é animado pelo ar. As coisas existentes derivam dos processos de rarefação e de condensação.

2º Grupo: Heráclito
PENSADOR
TESE
HERÁCLITO DE ÉFESO
O fogo.  A realidade passa por constante muda, tudo está em transformação.

3º Grupo: Os eleatas
PENSADOR
TESE
PARMÊNIDES DE ELEIA
O ser.  O ser é tudo que existe e não se identifica com nenhum elemento natural particular. Parmênides distingue verdade (razão) de opinião (aparência).

4º Grupo: Os pitagóricos
PENSADOR
TESE
PITÁGORAS DE SAMOS
Os números.  Os pitagóricos procuraram explicar toda a realidade a partir dos números.

5º Grupo: Empédocles
PENSADOR
TESE
EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO
Os quatros elementos (Fogo, terra, ar e água). Duas forças movem a realidade: O amor e o ódio.

6º Grupo: Os atomistas
PENSADOR
TESE
DEMÓCRITO DE ABDERA
O átomo.
LEUCIPO DE ABDERA
O átomo. Toda a realidade é composta por partículas  invisíveis e indivisíseis.


Mais tarde, Sócrates inicia a discussão sobre o que é o homem. O problema agora é antropológico. Platão e Aristóteles ampliam os temas de reflexão da filosofia. Ela passa a se preocupar com um conjunto maior de problemas.

ATIVIDADE:


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Ético, moral, legal e justo


ÉTICA: O PROBLEMA DOS VALORES

O julgamento moral é uma situação constante no nosso cotidiano. Estamos sempre diante de alguma situação que classificamos em boa ou ruim; justa ou injusta. Na antiguidade Aristóteles já observava esta característica humana: “A característica específica do homem em comparação com os outros animais é que somente ele tem o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto e de outras qualidades morais” (ARISTÓTELES, Política).
Toda sociedade organiza suas relações internas com base em códigos morais. Toda ação humana envolve valores morais. Estamos sempre aprovando ou desaprovando comportamentos. Geralmente, há uma distinção entre as palavras moral e ética. Moral é o conjunto de normas que orientam o comportamento humano tendo como referência os valores de uma comunidade. Ética é a investigação sobre os sistemas morais que regem as sociedades. Éthos, em grego, “hábito, costume”. Há pessoas que consideram que os termos são equivalentes já que as palavras têm quase o mesmo sentido.
Segundo Mário Sérgio Cortella, a ética pressupõe três perguntas: Quero? Devo? Posso? O que eu quero é o que eu devo, e é o que eu posso? Assim temos um julgamento moral. A moralidade perpassa valores como justiça, liberdade, responsabilidade, determinismo e a relação virtude x vícios. Portanto, a moralidade diz respeito tanto ao indivíduo quanto à sociedade.
A ética investiga o problema moral justamente porque ele é imprescindível na organização de uma sociedade. No Brasil, hoje um grande debate ético: A legalização do aborto.  Toda sociedade muda ao longo do tempo, portanto, sempre haverá necessidade de manter o debate ético.

Questões para debate:

  1. Comente o sentido da frase: “Nem tudo que é legal é moral”.

Diálogo como método de conhecimento


SÓCRATES: A DIALÉTICA


O pensamento grego antigo possui três grandes referências: Sócrates, Platão e Aristóteles.  Estudemos, portanto, o método que Sócrates (470-399 a. C.) desenvolveu dentro da filosofia.  Este pensador inaugura um período de amadurecimento da filosofia que ainda estava nascendo. Enquanto, os filósofos anteriores (os pré-socráticos) se preocuparam com a natureza e a realidade, Sócrates pensa sobre o que é o homem.

Estilo de vida
 Sócrates adotou um modo de vida muito próprio, ensinava nos mercados de Atenas, discutia sobre filosofia em praça pública. Ele ensinava principalmente aos jovens. Seus maiores opositores eram chamados de sofistas. Estes filósofos não estavam preocupados em chegar a verdades, mas apenas a ensinar como usar o discurso para atingir fins particulares. Sócrates foi condenado à morte justamente por ensinar os jovens a praticarem seus pensamentos.

Método de Sócrates
O método da filosofia de Sócrates chamado de dialética pode ser apresentado da seguinte forma:
1º Momento: Refutação ou ironia - Sócrates fazia perguntas para as pessoas e analisava suas respostas identificando as contradições. A sua intenção era observar se essas ideias eram precisas e se poderiam tirar consequências válidas delas.
2º Momento: Maiêutica - Sócrates propunha uma série de perguntas em cima das contradições para ajudar seus discípulos a reconstruir suas ideias. Este método foi chamado de maiêutica, “arte de trazer à luz”, em grego.
Os temas mais comuns de Sócrates eram assuntos morais como justiça, bondade, verdade, amizade.

A questão sobre o homem
Além de um método de produção de ideias, Sócrates se debruçou sobre o problema do homem. A sua investigação parte da pergunta: “O que é o homem?” O filósofo responde que o homem é a sua alma. É esta qualidade que o distingue dos outros seres vivos. Por alma se entende a nossa razão, inteligência, consciência. A principal tarefa do homem seria cuidar de sua alma. O imperativo “conhece-te a ti mesmo” resume esta ideia. O homem sábio deve procurar viver bem, viver segundo a razão.



VÍDEO: “Sócrates – Breve vida e obra”. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=lquq1Wypk_4


Problema gnosiológico


A FILOSOFIA E AS FORMAS DE CONHECIMENTO


A filosofia inaugurou um novo tipo de conhecimento, o conhecimento racional. É um tipo de conhecimento em contraposição ao conhecimento mitológico. A partir daí basicamente duas correntes filosóficas dominaram a história: O racionalismo e o empirismo. A questão por trás desta dualidade é a seguinte: O conhecimento verdadeiro vem pela razão ou pela sensação?
Racionalismo: É a doutrina sobre o conhecimento que atribui confiança exclusiva à razão como instrumento para conhecer a verdade. Há princípios lógicos na mente independente da experiência que julga  a realidade e auxilia na aquisição do conhecimento verdadeiro.
Empirismo: Segundo este, as nossas ideias são provenientes da experiência e dos sentidos. “Nada vem à mente sem ter passado antes pelos sentidos”, dizia John Locke.
Portanto, pertence à filosofia a crítica sobre a origem do conhecimento e sua validade. O conhecimento digno de confiança precisa ser avaliado, passar por critérios para apurar a sua validade.

Questões:
1.  O que é mito? O que é razão?
2.  Qual a diferença entre uma verdade científica e uma verdade religiosa?
3.  É possível chegar à verdade?

4.  Por que existem tantas verdades que se excluem?

A origem do filosofar


AS TAREFAS DA FILOSOFIA



A filosofia tem sua origem na Grécia no século VI a. C. Tales de Mileto (623-556 a. C.) foi o primeiro filósofo. Quando os homens deixaram de explicar o mundo através do mito e recorreram à razão para explicar a realidade, tomamos este marco como o surgimento da filosofia. A Grécia antiga teve três grandes filósofos que marcaram toda a história do pensamento: Sócrates (469-399 a. C.), Platão (428-348 a. C) e Aristóteles (384-322 a. C.). Eles inauguram uma filosofia que se preocupou com os problemas do homem, do conhecimento e da moral.
Afinal, com que trabalha a filosofia? A investigação filosófica se debruça em cima de problemas. Os iniciadores da filosofia, os chamados filósofos pré-socráticos, quiseram saber qual seria a realidade primeira que deu origem a tudo que existe na natureza. A ação de filosofar se faz por meio de perguntas.
Os filósofos antigos explicavam que é o espanto (Platão) e a admiração (Aristóteles) do homem diante do mundo que o faz perguntar e começar a filosofar.
Segundo Luc Ferry, filósofo francês, a filosofia pode ser dividida em três áreas: Teoria, Ética e Sabedoria. Na teoria, estudam-se os problemas da realidade, do conhecimento e do mundo. Na ética, o problema dos valores, das relações sociais, da justiça e do Estado. Na sabedoria, trata-se do problema da existência, da consciência e do sentido da vida.

MITO: É a explicação da realidade e dos fenômenos da natureza através de símbolos e de imagens.
RAZÃO: É a faculdade humana de fazer abstrações, raciocinar de forma ordenada procurando causas e efeitos dos fenômenos.


Atividades:

1.  O que é filosofia?
2.  Dê exemplos de mito.

3.  O que se entende por explicação racional de um fenômeno ou de um fato.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Projeto de Pesquisa I: Filosofia Política


 “OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO CIDADÃO
 E AS MANIFESTAÇÕES POPULARES DE 2013”

CAMPO DE INVESTIGAÇÃO: Filosofia Política

Manifestações Populares de 2013.
I - ORIENTAÇÕES GERAIS
A pesquisa consta de 2 partes. Primeiramente, você pesquisará sobre quais os direitos garantidos por lei a todo cidadão (saúde, educação, segurança etc). Em seguida, procurará ver quais são os responsáveis por garanti-los, entendendo as diferentes funções do executivo, do legislativo e do judiciário. Por último, fará uma redação sobre as manifestações populares atuais, expressando as mudanças que você deseja.

PALAVRAS-CHAVE:
Consulte o dicionário para se familiarizar com os conceitos que você trabalhará com eles: Constituição, democracia, presidente, deputado, promotor, juiz, partido político.

II – QUESTÕES EM GRUPO 
1.  Quais os direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal (CF)?
2.  Quais são os responsáveis por garanti-los segundo o regime político vigente?
3.  Qual a função do presidente, do governador e do prefeito?
4.  Qual a função dos senadores, deputados e vereadores?
5.  Qual a função do Supremo Tribunal Federal, e do Ministério Público?
6.  Qual é a função dos partidos?  O que é democracia?
7.  Quais as principais demandas reivindicadas pelos manifestantes e como elas devem ser atendidas?
  
III – QUESTÃO INDIVIDUAL:
8.  Escreva uma dissertação de, no mínimo de 1 lauda (30 linhas), e, no máximo de 5 laudas (150 linhas), constando sua análise das manifestações de 2013 e apresentando as mudanças que precisam ser feitas no país.

IV – METODOLOGIA
Parte 1: A pesquisa será desenvolvida com base na “Constituição Federal” e em comentários encontrados na internet. É recomendável citar o artigo ou parágrafo da lei onde se encontram os direitos do cidadão (Oriente-se pelo “Índice temático” do texto da CF no site www.planalto.gov.br).
Parte 2: A dissertação terá como base o conjunto de reportagens, notícias, artigos, veiculados pela TV e pela internet.
Parte 3: A pesquisa deve ser apresentada segundo as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). O trabalho deve conter capa, introdução, desenvolvimento e conclusão, com referências de fontes consultadas. A capa deve conter: Nome da escola, alunos, título da pesquisa, disciplina/matéria, local e data. As referências devem conter endereço dos sites pesquisados, dados dos livros (autor, título, local, editora, ano).

V – APRESENTAÇÃO
    O resultado da pesquisa será entregue por escrito no dia 03/07. As redações melhores elaboradas serão socializadas na aula de culminância do trabalho.

VI – REFERÊNCIA BÁSICA
BRASIL. Constituição Federal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 21. jun. 2013.
WIKIPÉDIA. Protestos no Brasil em 2013. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Protestos_no_Brasil_em_2013. Acesso em: 23. jun. 2013.




sábado, 15 de junho de 2013

Guia para os primeiros passos em Filosofia

APRESENTAÇÃO DO FÔLDER "POR QUE ESTUDAR FILOSOFIA?"

      Disponibilizamos o fôlder "Por que estudar filosofia?" para responder as dúvidas mais frequentes sobre a filosofia no Ensino Médio e oferecer algumas informações para quem esteja tendo os primeiros contatos com esta área do saber.

Parte 2:


Parte 1:


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Filosofia e Mercado de trabalho

FILOSOFIA E ÁREAS DE EMPREGABILIDADE

José Aristides da Silva Gamito

O Ensino Médio em Minas Gerais ampliou sua grade curricular e oferece agora disciplinas de áreas de empregabilidade: Empreendedorismo e Gestão, Turismo e Tecnologia da Informação. Cito estas porque são as áreas adotadas pela escola onde estou trabalhando. Se um aluno do Ensino Médio perguntasse ao professor de filosofia em que esta disciplina pode contribuir para as áreas de empregabilidade, o que diríamos?
A filosofia procura pensar o mundo, estabelecer seus significados, compreender os sentidos e as relações estabelecidas entre as pessoas no mundo. Ela trabalha especificamente sobre o poder das ideias. Por isso, uma pessoa que se insere no mercado de trabalho para permanecer e obter sucesso precisa ter ideias persuasivas. Esta é a linguagem do mercado.
Muitos conhecimentos de filosofia são importantíssimos para as áreas de empregabilidade: Noções de estética (beleza, sensação, impactos das ideias sobre os sentidos), ética (valores e credibilidade), argumentação lógica (poder de persuasão), interpretação do discurso (as faces veladas da comunicação), relações de trabalho (organização), economia e sociedade.  Um bom empreendedor deve ter conhecimentos de Karl Marx, Friedrich Nietzsche, Freud, filósofos da Escola de Frankfurt, Wittgenstein, Habermas e outros.

Atualmente existe uma área específica de atuação da filosofia nas empresas: a filosofia organizacional. É uma especialização do filósofo para trabalhar as ideias, o conceito, a missão da empresa.  Além disso, há muitas obras de filosofia atualmente escritas neste sentido. O professor Mario Sérgio Cortella escreveu, por exemplo, o livro “Qual é a tua obra?”, endereçado a empreendedores e empresários. A filosofia, portanto, pode se tornar um meio de capacitação para o futuro empreendedor por causa da possibilidade de dar-lhe maior poder de lidar com as ideias, com o convencimento, com a capacidade de liderar e de organizar as relações, as escolhas de um grupo. Aposte nisso! 

sábado, 8 de junho de 2013

Atividades I

Atividades de interpretação da “Carta sobre a Felicidade” de Epicuro



1.    Cite o trecho em que o filósofo Epicuro afirma que não há limite de idade para estudar a filosofia.

2.    Neste trecho, podemos concluir que a dedicação à filosofia se identifica com: a) Juventude. b) Ciência. c) Felicidade. d) Ensinamento.

3.    De acordo com Epicuro, todas as afirmações abaixo representam visões que as pessoas têm da divindade, exceto:
a)    A divindade causa maiores males aos maus e maiores benefícios aos bons.
b)    A divindade é imortal e bem-aventurada, portanto, os homens não podem pensar delas coisas que são incompatíveis com estas qualidades.
c)    A divindade causa temor aos homens.

4.  Qual relação entre o homem e a morte? Há razões para temer a sua chegada?

5.  Segundo a “Carta sobre a Felicidade”, devemos separar os desejos naturais dos desejos inúteis. Em que consiste a finalidade dessas escolhas e de todas as nossas ações?

6.  “O prazer é o início e o fim de uma vida feliz”. Com base na Carta explique o significado da afirmação.

7.  É correto afirmar com base na filosofia de Epicuro que devemos evitar toda dor e buscar toda forma de prazer?

8.  Cite o trecho que comprova o real significado que Epicuro dá à palavra prazer.

Roteiro para leitura do texto:
1.    Numere os parágrafos.
2.    Destaque a ideia principal de cada parágrafo (Use marcador de texto).
3.    Aliste as palavras que aparecem mais vezes no texto, separe-as como palavras-chave.
4.    Por último, responda as questões propostas pelo professor, adquirindo assim uma compreensão global do texto.
5.    Faça uma síntese para fixar a mensagem do texto.


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Epicuro e a Carta a Meneceu

A Felicidade em Epicuro

A amizade era uma atitude muito valorizada por Epicuro.

A felicidade foi um tema caro a quase todos os filósofos da antiguidade, abaixo introduzimos algumas reflexões sobre o assunto a partir de Epicuro.

I - Questionamentos introdutórios:

1 – Você se considera feliz? Quais foram as maiores conquistas de sua vida?
2 – Quais as suas maiores perdas e quais são seus maiores medos?
3 – Você tem medo do sofrimento, de ser vítima de uma tragédia?
4 - O que é felicidade? E como podemos ser felizes?

II - Principais questões discutidas na “Carta sobre a Felicidade”:

A felicidade é identificada como a busca da felicidade.
As pessoas têm uma imagem falsa dos deuses, atribuem a eles qualidades incompatíveis com a condição de felicidade e de imortal em que eles se encontram.
Não há razões para temer a morte porque é aniquilação de toda sensação. A consciência clara de que a morte não é uma ameaça proporciona aproveitar a vida passageira sem o desejo de imortalidade.
O futuro é incerto e não devemos nos desesperar com se o mal possível já posse um fato.
Há desejos naturais e desejos inúteis e outros que não são naturais e nem necessários.
Praticamos as nossas ações para nos afastarmos da dor e do medo.
O prazer é o bem primeiro e inerente ao ser humano. O critério de nossas escolhas é a distinção entre dor e prazer.
Selecionamos os prazeres segundo seus efeitos se são agradáveis ou desagradáveis.
A autossuficiência nos ajuda a contentar com o pouco quando não podemos ter o muito.
10º Por prazer Epicuro entende a ausência de sofrimentos físicos e de perturbações da alma.
11º Não existe vida feliz sem as virtudes da prudência, da beleza e da justiça.

12º A sorte não distribui para alguns benefícios e para outros malefícios, dela podem advir grandes bens e grandes males.

Documentário: Epicuro e a Felicidade.
Apresentação: Alan de Botton.

1ª Parte:

2ª Parte:

3ª Parte:


domingo, 2 de junho de 2013

Filosofia e a condição humana

A tragédia na filosofia e o conceito de amor fati

Apesar de haver caminhos para a superação dos medos da vida, o medo da tragédia preocupa todo mundo. Acidentes, crimes e doenças alteram algumas vidas profundamente. O maior desafio de quem experimenta um sofrimento extremo é a reconstrução do sentido. Como fazer continuar valendo a pena a vida de diante condições limitadoras?
Como prevenção para as ciladas da vida, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche introduz um conceito muito importante, o amor fati (amor ao destino).  

Amor fati: seja este, doravante, o meu amor! Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que a minha única negação seja desviar o olhar! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia, apenas alguém que diz Sim! (NIETSCHE, Aurora, § 276).

O amor fati significa amar o inevitável, amar o destino, amar o justo e o injusto, o amor e o desamor. Em outras palavras, a saída mais positiva para conviver com as adversidades é não reclamar da vida. Sabemos que esta postura não é fácil de ser assumida, torna-se possível somente quando se compreende que podemos dar sentido à vida em qualquer situação e que a solução mais honesta é aceitar o imutável e plantar a partir dele nosso modo de viver.

Minha fórmula para a grandeza no homem é amor fati: nada querer diferente, seja para trás, seja para frente, seja em toda a eternidade. Não apenas suportar o necessário, menos ainda ocultá-lo (...) mas amá-lo...” (NIETZSCHE, Ecce homo, § 10).

A aceitação do inevitável é a descoberta de que quem pode dar sentido à nossa vida somos nós mesmos, não temos que esperar uma intervenção alheia. Tendo em vista uma compreensão completa deste conceito é preciso advertir que não se trata de conformismo. A tragédia é justificada pela sabedoria como ‘tinha de ser assim’, o melhor seria dizer ‘tornou-se assim’. Então, se é inevitável vamos dar à vida um novo sentido. É uma decisão que requer coragem!
Na antiguidade, os filósofos estoicos ensinavam que através do autocontrole é possível superar essas emoções destrutivas. Nesta corrente filosófica aconselha-se a indiferença em relação às coisas externas. O homem não deve se deixar escravizar pelas paixões, antes deve viver conforme a lei racional da natureza. Esta indiferença ajudaria a superar as tragédias!

Para pesquisar
Amor fati: Amor ao destino. Expressão latina.
Estoicismo: Escola de filosofia fundada por Zenão de Cítio cujo princípio norteador é a proposta de se viver segundo a lei racional da natureza.
Friedrich Nietzsche: Filósofo alemão, viveu de 1844 a 1900.
Zenão de Cítio: Filósofo grego, viveu de 333 a. C a 263 

sábado, 1 de junho de 2013

O problema da finitude e do sofrimento

A consciência da mortalidade como condição para bem viver

A vida é repleta de incertezas, de condições que amedrontam o ser humano.  Muita gente nunca parou para se perguntar metodicamente a respeito do sentido do sofrimento e da morte, mas todos já se sentiram angustiados diante da possibilidade de uma doença longa, dolorosa e terminal.
Além dos males físicos, as pessoas temem a perda da motivação de viver.  Diante das preocupações que mais atormentam as pessoas, podemos buscar na antiguidade a perspectiva de filósofos que se ocuparam do problema da felicidade.
Epicuro identificou os quatros maiores medos do homem e seus antídotos. A lista ficou conhecida como tetrafármaco (quatro remédios).  Os quatros remédios de Epicuro são: 1º - Não há razão para temer os deuses; 2º - Não há porque se preocupar com a morte; 3º - O bem é coisa fácil de conseguir e 4º - O sofrimento é fácil de suportar (PESCE, 1981).
Os gregos antigos acreditavam numa infinidade de deuses e viviam atormentados pelo medo de desagradar os deuses ou serem punidos por eles.  Epicuro aconselha que não deve se temer os deus porque eles não intervêm no mundo. Era pensamento comum que os deuses tinham uma constituição psicológica semelhante ao ser humano.
Epicuro afirmava: “Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações.” Se o temor de sofrer está nas nossas sensações e emoções, a morte pelo menos é o fim desta possibilidade de sofrer. E, além disso, nós nunca seremos simultâneos à morte. Não há que temer aquele evento que quando acontece anula qualquer sofrimento.
O prazer é identificado na filosofia de Epicuro como o fim da vida feliz.  Portanto, a busca do bem passa por se livrar das perturbações e dos males.  O prazer deve ser escolhido entre aqueles naturais e necessários. A fama, o sucesso e o enriquecimento são tidos como bens não-necessários.
Não há que temer o sofrimento por que o ele é leve, passageiro, portanto, suportável; ou é intenso, insuportável, levando à morte. De qualquer não há sofrimento perene. Ele é suportável. Na “Carta sobre a Felicidade”, Epicuro conclui que quem enfrenta estes medos, vive como um imortal.

1. Sugestão de leitura:
“Carta sobre a Felicidade”, de Epicuro.
2. Termos para pesquisa:
EPICURISMO: É um sistema filosófico que ensina a busca moderada dos prazeres para atingir um estado de tranquilidade e de libertação do medo.
EPICURO DE SAMOS: Filósofo grego que viveu de 341 a 271 a. C.


CARTA A MENECEU

Acesse o texto: Carta a Meneceu.pdf
 

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