ZENÃO DE CÍTIO E O ESTOICISMO
Os filósofos helenistas se ocuparam de
outros assuntos também, mas consideraremos para os nossos estudos somente o
pensamento ético do período por causa da sua influência na época. Zenão de
Cítio (333 - 263 a. C.) abordou o problema da felicidade e da vida virtuosa.
O pensamento ético
estoico parte do conceito de virtude. Virtude é o movimento do animal para se
autopreservar e viver segundo a natureza. O homem conta com o auxílio da
razão nesta tarefa, diferentemente dos outros animais. O homem não virtuoso não
segue a ordem da razão e vive na ignorância impulsionado pelas paixões. As
paixões são escolhidas pelos falsos juízos sobre o valor dos bens externos.
A finalidade do homem
virtuoso no pensamento estoico é se tornar sábio. O sábio, na definição estoica,
é aquele que adquiriu imunidade ao erro, ele se guia segundo a razão.
Mesmo sendo o sábio aparentemente apático, ele preserva algumas afecções como a
alegria, a vontade e a prudência.
Enquanto o epicurismo toma o prazer
como princípio e fim de uma vida feliz, o estoicismo privilegia o dever. O
ideal de de virtuosa exige austeridade: Resistência ante o sofrimento, a
coragem ante o perigo, a indiferença ante as riquezas materiais. O estado final
do homem sábio é apatia (indiferença).
Mais tarde, o estoicismo chegou a Roma.
Um dos maiores sintetizadores romanos do pensamento estoico foi Sêneca (4 a. C.
- 65 d. C.). A citação abaixo da obra de Sêneca “Sobre a Tranquilidade da
Alma”nos dá a ideia do ideal estoico:
“Habituemo-nos a ter o luxo à distância
e a fazer uso da utilidade dos objetos e não de sua sedução exterior. Comamos
para matar a fome, bebamos para apagar a sede e reduzamos ao necessário a
satisfação de nossos desejos. [...]. Aprendamos a cultivar em nós a sobriedade
e a moderar nosso amor ao fausto; a reprimir nossa vaidade, a dominar nossas
cóleras, a considerar a pobreza com um olhar calmo, a considerar a frugalidade,
apesar de todos aqueles que acharão aviltante satisfazer tão modestamente a
seus desejos naturais; a não ter nas mãos, por assim dizer, as ambições
desenfreadas de uma alma sempre inclinada para o dia seguinte e a esperar a
riqueza menos da sorte do que de nós mesmos.”(IX, 2).
QUESTÕES
1. Explique o conceito de virtude dos estoicos.
2. Qual o papel da razão na busca por uma vida virtuosa?
3. Indique se é verdadeiro ou falso:
( ) A razão é
desnecessária na busca da felicidade.
( ) Os juízos falsos
nos conduzem às paixões.
( ) O prazer possui
um espaço privilegiado na ética estoica.
( ) Tornar-se
virtuoso exige austeridade, disciplina.
4. O que é necessário para se tornar sábio?
5. Comente: “O sentido da vida consiste em estar de acordo com a
natureza”.
6. Considerando a citação de Sêneca no texto acima, como você resumiria
o ideal de vida dos estoicos?
7. Quais as principais diferenças entre epicurismo e estoicismo?