PLANO
DE AULA:
A
DISTINÇÃO ENTRE FRUI E UTI EM SANTO AGOSTINHO
As
relações devem ser baseadas na utilidade ou na dignidade?
Público-alvo:
Ensino Médio (2ª ou 3ª série)
Objetivo
geral:
Compreender a distinção agostiniana entre
frui e uti, aplicando-a em diferentes contextos e analisando sua relevância
para a vida ética e espiritual.
Objetivos
específicos:
Ø Definir
os conceitos de frui e uti.
Ø Identificar
as características de cada tipo de relação.
Ø Analisar
exemplos de frui e uti na vida cotidiana.
Ø Relacionar
a distinção entre frui e uti com a busca pela felicidade.
Ø Refletir
sobre a importância dessa distinção para a ética cristã.
Conteúdo:
1.
Introdução:
2.
Breve contextualização histórica de Santo
Agostinho e sua importância para o pensamento filosófico e teológico.
3.
Apresentação do tema central: a distinção
entre frui e uti.
4.
O que são frui e uti?
5.
Definição precisa de cada conceito,
utilizando exemplos simples e claros.
6.
Comparação entre frui e uti, destacando
suas características opostas.
7.
A busca pela felicidade e a distinção frui
e uti:
8.
Relacionar a busca pela felicidade humana
com o tipo de relação que estabelecemos com as coisas e com Deus.
9.
Explorar a ideia de que a verdadeira
felicidade só é encontrada em Deus.
10.
Aplicações da distinção frui e uti:
11.
Análise de exemplos concretos da vida
cotidiana, como as relações interpessoais, o consumo, o trabalho e a
espiritualidade.
12.
Discussão sobre os desafios de aplicar a
distinção frui e uti em um mundo consumista e hedonista.
13.
A importância da distinção para a ética
cristã:
14.
Relacionar a distinção frui e uti com os
mandamentos do amor a Deus e ao próximo.
15.
Discutir a importância de priorizar o amor
a Deus em todas as nossas ações.
Metodologia:
Exposição
dialogada: Apresentação do conteúdo de forma clara e objetiva,
incentivando a participação dos alunos através de perguntas e exemplos.
Leitura
e análise de textos: Utilização de trechos das obras de Santo
Agostinho (Confissões, De Doctrina
Christiana) para aprofundar a compreensão dos conceitos.
Dinâmicas
em grupo: Proposição de atividades em grupo para estimular a
reflexão e o debate sobre os temas abordados.
Estudo
de caso: Análise de casos práticos para aplicar os conceitos
de frui e uti em diferentes situações.
Recursos
didáticos:
Ø Lousa
ou projetor
Ø Textos
de Santo Agostinho
Ø Cartolina,
canetas e outros materiais para as atividades em grupo
Ø Vídeos
ou filmes que ilustrem os conceitos abordados
Ø Músicas.
Avaliação:
Ø Participação
nas discussões em sala de aula.
Ø Produção
de um texto reflexivo sobre a importância da distinção entre frui e uti para a
vida pessoal.
Ø Realização
de uma atividade em grupo que demonstre a compreensão dos conceitos.
Ø Sugestões
de atividades complementares:
Ø Pesquisa
sobre a vida e obra de Santo Agostinho.
Ø Leitura
de outros filósofos que foram influenciados por Agostinho, como Tomás de
Aquino.
Ø Produção
de um trabalho artístico (desenho, pintura, poesia) que expresse a compreensão
dos conceitos de frui e uti.
SUBSÍDIO
SOBRE O TEMA:
A
DISTINÇÃO ENTRE FRUI E UTI EM SANTO AGOSTINHO
Em
sua vasta obra, Santo Agostinho estabeleceu uma distinção fundamental entre
duas formas de relação com as coisas: a frui e a uti. Essa distinção, presente
em obras como De Doctrina Christiana,
permeia toda a sua filosofia e teologia, oferecendo uma chave para compreendermos
a visão agostiniana sobre a natureza humana e a busca pela felicidade.
Frui:
A Fruição como Amor a Deus
Ø Amor à coisa em si:
A relação frui se caracteriza pelo amor à coisa em si mesma, por sua própria
natureza. É um amor desinteressado, que busca a plenitude e a perfeição
encontradas na própria essência do objeto amado.
Ø Deus como único bem perfeito:
Para Agostinho, Deus é o único bem perfeito e, portanto, o único objeto digno
de ser amado por si mesmo. A fruição plena só é possível quando direcionamos
nosso amor a Deus.
Ø Bem supremo:
A fruição de Deus é o bem supremo ao qual todos os seres humanos aspiram. É
nesse amor a Deus que encontramos a verdadeira felicidade e a realização
pessoal.
Uti:
O Uso como Meio para um Fim
Ø Meio para alcançar algo:
A relação uti se refere ao uso das coisas como meio para alcançar um fim. É um
amor interessado, que busca nas coisas a satisfação de necessidades ou desejos.
Ø Bens criados:
Os bens criados, como as coisas materiais, os prazeres sensíveis e até mesmo as
pessoas, podem ser objetos de uso. Eles são bons em si mesmos, mas não são o
bem supremo.
Ø Perigo da idolatria:
Ao utilizarmos as coisas como fins em si mesmas, corremos o risco de
idolatrá-las, ou seja, de atribuirmos a elas um valor que somente Deus possui.
A
Importância da Distinção
Ø A
distinção entre frui e uti é fundamental para a ética agostiniana. Ao
compreender a diferença entre amar as coisas por si mesmas e amá-las como meios
para um fim, podemos orientar nossas ações de acordo com a ordem natural das
coisas, buscando sempre a Deus como nosso bem supremo.
Em
resumo:
Frui: Amor
desinteressado a Deus, busca pela perfeição.
Uti: Amor
interessado às coisas criadas, uso como meio para um fim.
Consequências
para a vida cristã:
Ø Priorizar o amor a Deus:
A vida cristã deve ser marcada pelo amor a Deus acima de todas as coisas.
Ø Utilizar as coisas com moderação:
Os bens criados devem ser usados com moderação e sempre em vista do bem maior,
que é Deus.
Ø Evitar a idolatria:
É preciso estar atento ao perigo de idolatrar as coisas criadas,
atribuindo-lhes um valor que somente Deus possui.
Em suma, a distinção
entre frui e uti oferece um guia para uma vida mais plena e feliz, orientada
para o amor a Deus e para a busca da verdadeira felicidade.
QUESTÕES
DE MÚLTIPLA ESCOLHA SOBRE A DISTINÇÃO ENTRE FRUI E UTI EM SANTO AGOSTINHO
1. Para Santo Agostinho, a distinção entre
frui e uti se refere:
a) À diferença entre o bem material e o
bem espiritual.
b) À forma como nos relacionamos com as
coisas e com Deus.
c) À divisão entre o mundo sensível e o
mundo inteligível.
d) À oposição entre a vontade de Deus e a
vontade humana.
2. A relação frui se caracteriza por:
a) Um amor interessado e utilitário.
b) Um amor desinteressado e contemplativo.
c) Um desejo de posse e controle sobre as
coisas.
d) Uma busca constante por prazeres
sensíveis.
3. Qual das alternativas abaixo melhor
define a relação uti?
a) Amar as coisas por elas mesmas, em sua
essência.
b) Utilizar as coisas como meio para
alcançar um fim.
c) Contemplar a beleza e a perfeição de
Deus.
d) Viver em comunhão com a natureza.
4. Segundo Santo Agostinho, o bem supremo
e único objeto digno de ser amado por si mesmo é:
a) O conhecimento.
b) A virtude.
c) Deus.
d) A felicidade.
5. A distinção entre frui e uti é importante
para a ética cristã porque:
a) Permite justificar o consumo
desenfreado.
b) Incentiva a busca por prazeres
materiais.
c) Orienta as ações humanas para o amor a
Deus e ao próximo.
d) Justifica a acumulação de riquezas.
6. Ao utilizarmos as coisas como fins em si
mesmas, corremos o risco de:
a) Alcançar a felicidade plena.
b) Idolatrá-las.
c) Desenvolver virtudes cristãs.
d) Conhecer a verdade divina.
7. A verdadeira felicidade, segundo Santo
Agostinho, é encontrada:
a) Nos prazeres sensíveis.
b) Na riqueza material.
c) No amor a Deus.
d) No poder e na fama.
8. A distinção entre frui e uti pode ser
aplicada em quais áreas da vida?
a) Apenas na vida espiritual.
b) Em todas as áreas da vida, incluindo as
relações interpessoais, o trabalho e o consumo.
c) Somente nas relações com Deus.
d) Apenas na filosofia.
9. Qual é a principal consequência de
priorizar a relação uti em detrimento da relação frui?
a) Aumento da felicidade e bem-estar.
b) Perda da perspectiva espiritual.
c) Desenvolvimento de virtudes cristãs.
d) Maior conhecimento de si mesmo.
10. A relação frui se assemelha mais a
qual das seguintes atitudes:
a) Colecionar objetos de valor.
b) Contemplar uma bela paisagem.
c) Buscar fama e reconhecimento.
d) Acumular riquezas.
Gabarito:
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